sexta-feira, 4 de maio de 2012

Universidades canadenses priorizam acordos com Brasil


Com a presença de 30 reitores de instituições canadenses evento na FAPESP discutiu possibilidades de colaboração em pesquisa e inovação. (esq. p/ dir.: Andrew Petter - Univ.Simon Fraser, Mamdouh Shoukri - Univ. York e Eduardo Krieger -FAPESP) 

O encontro “Canadá-Brasil: Fórum de Nações Inovadoras”, realizado na sede da FAPESP na sexta-feira (27/04), reuniu 30 reitores das principais universidades e institutos de pesquisa do Canadá.

De acordo com Andrew Petter, membro da delegação e reitor da Universidade Simon Fraser, o grupo faz parte da Associação de Universidades e Faculdades do Canadá (AUCC) e corresponde a um terço de todas as universidades canadenses.

“Foi a maior comitiva de reitores já enviada ao exterior. Isso demonstra a centralidade do Brasil nas nossas prioridades em termos de cooperação cientifica e tecnológica”, disse Petter à Agência FAPESP.

Durante o evento, a FAPESP assinou acordos de cooperação em pesquisa com a Universidade de Victoria, com as universidades Simon Fraser, Concordia, York e Ryerson e com um consórcio composto pelas universidades de Alberta, Laval, Dalhousie e Ottawa.

O objetivo central da visita à FAPESP, segundo Petter, foi o de criar oportunidades para parcerias e contatos diretos entre as universidades canadenses e a Fundação, além de explorar as possibilidades de aproveitamento mútuo dos modelos de financiamento à pesquisa dos dois países.

Petter e o vice-presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, coordenaram um grupo de discussão sobre os mecanismos e iniciativas que podem expandir a pesquisa cooperativa entre os dois países. Segundo Petter, a missão da AUCC estabeleceu ao todo 75 novas parcerias com instituições brasileiras, entre 25 de abril e 2 de maio, durante visitas a São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Brasília.

“O Canadá está cada vez mais interessado em estabelecer colaborações internacionais em questões de pesquisa sobre alguns dos principais desafios que compartilhamos com outros países. Temos muito em comum com o Brasil: os dois países são democracias com uma matriz multicultural e ambos acreditam na importância da pesquisa e da educação”, afirmou.

Segundo Petter, os acordos estabelecidos entre as universidades canadenses e a FAPESP permitem que cientistas dos dois países entrem em contato para desenvolver propostas de projetos de pesquisa, que posteriormente serão apresentadas à FAPESP e às agências de financiamento do Canadá a fim de gerar trabalhos colaborativos.

“Queremos, com isso, impulsionar a colaboração dos dois países em temas como mudanças climáticas, saúde pública, sistemas de energia. Trata-se de questões nas quais as capacidades de pesquisa dos dois países somadas podem ganhar muita força e ser usadas de maneira a trazer benefícios para a sociedade”, afirmou.

Os acordos também estimulam as parcerias com empresas, o que é fundamental para que se possa desenvolver novas tecnologias e oportunidades econômicas.

“O fato de termos os reitores de 30 das nossas universidades participando pessoalmente dessa missão demonstra por si só que o Brasil é um parceiro com o qual queremos trabalhar. Queremos usar as nossas forças de pesquisa de forma combinada para resolver alguns dos principais problemas das nossas sociedades”, disse Petter.

O acordo com a Universidade Simon Fraser tem foco em áreas como meio ambiente, energia limpa e saúde pública. “Além de serem áreas obviamente importantes para as duas sociedades, são também áreas de excelência na nossa instituição. Mas outras universidades vão focar em outras áreas em que são mais fortes”, disse Petter. 

Tradição em cooperação internacional

Segundo Krieger, a visita à FAPESP revela a importância que os canadenses dão à colaboração com o Estado de São Paulo e indica o desejo de estabelecer intercâmbios entre a comunidade científica dos dois países.

“Na reunião, eles tomaram conhecimento do que é a FAPESP. Ficaram muito impressionados por termos uma Fundação com um orçamento anual que correspondente a 1% do total da receita tributária do Estado de São Paulo, por lei, e que, portanto, não depende de flutuações dos governos para receber sua receita”, disse.

De acordo com Krieger, os canadenses também se impressionaram com o fato de a política da FAPESP ser exclusivamente fundamentada no mérito científico.

“Não temos uma política de estabelecer prioridades, mas sim de avaliar os projetos de acordo com sua qualidade. Evidentemente, de acordo com a demanda da comunidade científica podemos fazer programas específicos, mas ainda continua funcionando a partir de análise por pares”, explicou.

Krieger destacou que a FAPESP já tem uma tradição de cooperação com universidades e agências de fomento à pesquisa em vários países e que tem interesse em aumentar continuamente esse contato com o Canadá.

“Queremos que esses acordos estimulem o contato entre os pesquisadores do Brasil e do Canadá por meio de workshops, simpósios, visitas e intercâmbio. Isso pode resultar em projetos que são apresentados por pesquisadores dos dois países no processo normal de análise, por meio de chamadas de propostas”, disse. 

Fonte de informação - Agência FAPESP

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