quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Relação entre médico e paciente pode ser afetada com as novas tecnologias



A presença de novas tecnologias em tratamentos de saúde tem dado espaço a reflexões sobre a relação médico-paciente. Temas relacionados foram abordados no II Congresso Brasileiro de Humanidades em Medicina em São Paulo. O evento ofereceu debates sobre a prática médica contemporânea e suas implicações éticas e humanísticas.

Muitos mecanismos estão sendo utilizados na prática da assistência em saúde em diferentes países. Esse formato minimiza as relações entre médicos e pacientes. De acordo com o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Roberto Luiz D’ávila, por mais benefícios que alguns desses mecanismos ofereçam, não se deve perder a relação fraterna e insubstituível entre o profissional e o doente.

Para o cardiologista Luiz Roberto Londres, o congresso foi bastante relevante para um momento em que a importância maior está sendo dada à parte empresarial e financeira. Ele acredita que há um grande risco da medicina se transformar em um negócio.

Na visão do Dr. Fábio Biscegli Jatene, diretor geral do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o uso de máquinas e tecnologias modernas em tratamentos de saúde é positivo e está relacionado às necessidades humanas. Ele avalia que uma maior precisão e eficiência dos procedimentos causam menos dores e permite uma recuperação mais rápida ao paciente, mas que devem ser aplicados os princípios éticos e humanos da profissão.

O psiquiatra e psicanalista Abram Eksterman vai além. Sua análise sugere que a reflexão passe do polo biológico para o antropológico. O médico deve conhecer o doente e criar um vínculo com a história afetiva do mesmo. É preciso recuperar o espaço real do ‘ser humano doente’.

Fonte: Jornal Medicina – CFM

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