sexta-feira, 16 de setembro de 2011

FAPESP investe mais em pesquisa científica

Os recursos financeiros desembolsados pela FAPESP no apoio à pesquisa científica e tecnológica aumentaram 14,8% em 2010 em comparação com o ano anterior.

Com o desembolso de R$ 780,03 milhões em 2010, a Fundação mantém a curva ascendente de fomento à pesquisa, que cresceu 69% na última década. Esses dados estão no Relatório de Atividades 2010 da FAPESP, que terá lançamento no dia 14 de setembro, juntamente com a abertura da exposição de reproduções de obras da artista plástica Anita Malfatti que ilustram a publicação.
O desembolso é resultante de uma receita 17% superior à de 2009 e que totalizou R$ 860 milhões em 2010. A receita é proveniente da transferência de 1% do Tesouro Paulista – conforme prevê a Constituição estadual e que, em 2010, chegou a R$ 754.697.237,00 e de outras receitas que somaram R$ 105.373.726,00. Para seu custeio operacional, a FAPESP utilizou 4,79% da receita, abaixo do limite de 5% do orçamento conforme determina o seu Estatuto.

Dois recordes obtidos pela FAPESP em 2010 foram o número de novos projetos contratados (11.155) e o de bolsas vigentes (10.824). Do total aplicado pela FAPESP em pesquisa, 36% foram destinados à formação de recursos humanos, 56% para a pesquisa acadêmica e 8% para pesquisa voltada a aplicações. Para cada um desses focos de atuação, a Fundação aumentou o valor investido em 16%, 15% e 14%, respectivamente.

Os recursos destinados à Linha Regular de fomento, que envolve Bolsas Regulares e Auxílios Regulares, principais pilares da formação de recursos humanos e do apoio à pesquisa acadêmica, foram elevados em 13% em relação a 2009. Para preservar o poder aquisitivo e incentivar a qualidade do trabalho dos bolsistas, a FAPESP aprovou reajuste médio de 6% nas bolsas.

Iniciação Científica foi a modalidade de bolsa com maior número de projetos contratados em 2010 (2.468), seguida de Mestrado (1.492). Considerando a evolução anual de solicitações e contratações de bolsas no país e no exterior, no período de 2001 a 2010 houve aumento de 20,5% de solicitações e 53,5% de contratações. Em 2010, foram solicitadas 10.418 bolsas e contratadas 6.195.

Em relação aos Auxílios à Pesquisa, nos últimos dez anos houve um crescimento de 17,5% nas solicitações e de 26,3% nas contratações. Em 2010, a FAPESP recebeu 5.723 solicitações e contratou 3.920 projetos nessa modalidade.

Na linha de Programas Especiais, cujo desembolso cresceu 29%, merece destaque a elevação do desembolso no Programa de Apoio à Infraestrutura de Pesquisa, já costumeiramente alto. Os R$ 63,26 milhões desembolsados no ano passado representam incremento de 63,52%.

“Com a inescapável limitação de recursos para atender todas as justas ambições e necessidades da vibrante comunidade científica paulista, faz parte do esforço por sustentabilidade dar a tais recursos a máxima aplicação possível. Por isso, o Programa Equipamentos Multiusuários (EMU) tem tido especial atenção da FAPESP”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP no prefácio do Relatório.

A Fundação também apoia a aquisição de livros para pesquisa e para utilização em bibliotecas de acesso público. Em 2010, mais de R$ 33 milhões destinados por meio do programa FAP-Livros possibilitaram a aquisição de aproximadamente 165 mil títulos que atualizarão o acervo de bibliotecas vinculadas a instituições de ensino superior e pesquisa do Estado de São Paulo.

Ainda entre os Programas Especiais, também foi expressivo o desembolso de R$ 24,51 milhões no programa Jovens Pesquisadores, reafirmando a preocupação da instituição com a formação de novas lideranças científicas.

Entre os programas de Pesquisa para Inovação Tecnológica, o fato de a FAPESP ter praticamente dobrado o desembolso para o programa Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) – que saltou de R$ 9,8 milhões em 2009 para R$ 18,1 milhões em 2010 – reafirma seu estímulo à produção científica conjunta entre empresas e academia.

Cresceram em 152% os recursos destinados para o programa Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais, para o qual está previsto investimento de R$ 100 milhões em dez anos. Também aumentou o desembolso para o programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), em 112%, e para o BIOTA-FAPESP, em 68,7%.

Internacionalização

Em 2010, a FAPESP prosseguiu na sua política de dar ênfase ao intercâmbio internacional de pesquisadores e conhecimento. “Para que a pesquisa científica de alta excelência continue sustentável no Brasil é indispensável haver recursos de bom nível, comparáveis aos de qualquer centro internacional. Por isso é que mais de um terço do desembolso da FAPESP é voltado para a formação de recursos humanos, tanto no Brasil como no exterior. Afinal, no mundo cada vez mais integrado da era da globalização, esta é uma necessidade imperiosa para o progresso da ciência em cada país”, destacou Lafer.

Exemplos de empenho da FAPESP na promoção de intercâmbio de pesquisadores são os acordos internacionais de cooperação e a modalidade de fomento Escola São Paulo de Ciência Avançada.

Em 2010, a FAPESP assinou acordos com a Universidade of Surrey (Reino Unido), BE-Basic Consortium (Holanda) e Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnicas (Conicet), da Argentina. Também foram lançadas chamadas com diversas agências e instituições de ensino superior e de pesquisa de países com os quais a FAPESP mantém acordos.

No ano, foram realizadas sete reuniões de alto nível científico com participação de pesquisadores de alta visibilidade mundial, entre eles prêmios Nobel, na modalidade ESPCA. As sete realizadas em 2010 foram selecionadas em chamadas em 2009 e outras cinco foram selecionadas em 2010 para realização em 2011 e para tratar de aspectos avançados sobre mudanças climáticas, genética humana e médica, redes em ecologia, desafios modernos com matéria quântica e materiais condutores, entre outros. Além disso, 1.271 projetos dentre novos auxílios e bolsas na Linha Regular de fomento caracterizaram-se como intercâmbio científico, especialmente com os Estados Unidos (265), Europa (203) e países da América Latina e Caribe (101).

Historicamente, a área de Saúde tem sido líder em propostas de pesquisa apresentadas e aprovadas pela FAPESP, por ser uma das áreas de maior tradição em São Paulo. Em 2010, recebeu 27,6% do desembolso. Como também tem sido tradicional ocorrer, o maior volume de projetos contemplados foi apresentado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (45,7%), seguida da Universidade Estadual de Campinas (14,4%) e da Universidade Estadual Paulista (13,4%).


Exposição Anita Malfatti

Como faz há cinco anos, a FAPESP homenageia um artista plástico de São Paulo para ilustrar seu relatório de atividades e realiza uma exposição com reproduções das obras publicadas. O lançamento do Relatório de Atividades 2010 será celebrado com a abertura da exposição no dia 14 de setembro, às 16 horas, na sede da FAPESP. A exposição prosseguirá aberta ao público interessado até dia 16 de dezembro de 2011.
Fonte de Informação - Agência FAPESP

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