terça-feira, 14 de agosto de 2012

Para ministro, universidade brasileira produz muito paper, mas pouca patente


As pesquisas e estudos produzidos nas universidades brasileiras deveriam estar mais ligados à realidade do País e à sua enorme carência de inovações tecnológicas. Essa é a opinião do titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, o sociólogo Wellington Moreira Franco.

Em palestra proferida ontem, 8, em São Paulo, ele observou que a academia vai bem na produção de estudos científicos, teses, papers para publicações científicas. Mas é uma negação quando se trata de patentes tecnológicas. “O Brasil figura entre os países que mais publicam trabalhos científicos no mundo, mas, por outro lado, é um dos que menos registram patentes”.

A palestra ocorreu durante o 6.º Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Estratégicos, organizado com o apoio da Unesp. Ao final, ao ser indagado se a observação poderia se vista como uma crítica à orientação científica das universidades, o ministro negou, mas insistiu na necessidade de mudança de rumos.

“Não é uma crítica à academia. A minha origem é acadêmica. Comecei como sociólogo, na Universidade Federal Fluminense”, afirmou. “O que eu quis dizer é que hoje no Brasil precisamos de inovação, de patentes. Precisamos aumentar a produtividade da nossa economia, pegar inovações já desenvolvidas e aprofundar o estudo sobre elas, avançar e patentear inovações em coisas boas. É para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Quando alguém registra uma patente, não está simplesmente gerando uma satisfação intelectual, está melhorando a produtividade, melhorando a renda dos trabalhadores, melhorando qualidade de vida e permitindo que os produtos saiam mais baratos.”

Para o ministro, a universidade tem que estar mais próxima da sociedade: “A academia tem que dedicar a sua alma para servir à sociedade. E servir à sociedade significa aumentar a capacidade de registrar patentes e estar mais presente na mesa, no dia, na tarde, na noite de cada um de nós. Queremos produtos feitos no Brasil, gerando renda no Brasil.”

Na mesma palestra, o ministro disse que o plano estratégico que implantou a indústria automobilística no Brasil foi bem sucedido, mas teve uma falha grave: “Hoje a nossa indústria é sexta montadora de automóveis do mundo, mas não temos um carro brasileiro.”

Moreira Franco, que é filiado ao PMDB, já foi prefeito de Niterói, governador do Rio e deputado federal. Participou dos governos dos presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Chegou à Secretaria de Assuntos Estratégicos por indicação do vice-presidente, Michel Temer, de quem é bastante próximo.

Fonte de informação - Estadão

Um comentário:

Anônimo disse...

Como fazer pesquisas de inovação tecnologica se o próprio governo não investe nas Universidades, desde a parte de recursos humanos e equipamentos cientificos que nos possam facilitar as pesquisas de ponta???, e com isso sair projetos para o beneficio da nossa população. Este discurso se repete a décadas e hoje estamos vendo como estão as Universidades em geral, sem profissionais competentes, greve, pós graduações forçadas de alunos, sem qualidade e pressão de docentes para produzir papers e não melhorar os nossos profissionais desde a graduação.Vamos deixar de pressionar para papers e sim na qualidade do ensino das Universidades.Hoje só fica nas Universidades aqueles profissionais que não conseguem emprego numa empresa privada e ficam na Instituição pública que tem uma péssima remuneração por falta de opção e consequentemente também caí a qualidade do ensino .

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