quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cérebro de Albert Einstein é 'vendido' em aplicativo para iPad por R$ 20


O cérebro do físico alemão Albert Einstein pode ser "baixado" a partir desta terça-feira (25) como um aplicativo para iPad que custa US$ 9,99 (R$ 20,23). Mas o serviço, infelizmente, não deve ajudar os usuários a vencerem nenhuma batalha do game Angry Birds.

As imagens detalhadas do cérebro do gênio da teoria da relatividade, que viveu até a metade do século 20 e ficou famoso por mudar as bases da física, com novos conceitos sobre tempo e espaço, podem ser acessadas por cientistas, professores, estudantes e qualquer outra pessoa interessada no mundo todo.

Um museu de satélites que ainda está sendo projetado em Chicago, nos EUA, conseguiu escanear e digitalizar 350 lâminas de microscópio contendo fatias do cérebro de Einstein obtidas logo após a morte dele, em 18 de abril de 1955. O alemão morreu em decorrência de um aneurisma da artéria aorta, que se dilatou e rompeu.


O aplicativo deve possibilitar que pesquisadores e estudantes avaliem o cérebro do excêntrico vencedor do Nobel de 1921. Também pode permitir que se busquem partes onde os neurônios estavam mais conectados que o normal.


Depois que o físico morreu, o patologista Thomas Harvey fez a autópsia e preservou o cérebro, na esperança de que futuros cientistas possam descobrir os segredos por trás desse gênio. Cada pedaço em lâmina tem entre 2,5 cm e 7,5 cm.

Harvey cedeu amostras para pesquisadores e colaborou com um estudo de 1999 publicado na revista "Lancet". A pesquisa mostrou que, em Einstein, uma região na parte superior do cérebro chamada lobo parietal era 15% maior que o normal. Essa área é importante para a compreensão da linguagem, da matemática e das relações espaciais.

Como o tecido foi guardado antes da descoberta de tecnologias modernas – como a ressonância magnética e análises tridimensionais –, pode ser difícil descobrir onde ficava exatamente cada pedaço do cérebro. Isso porque o "app" da Apple organiza as partes por regiões gerais, e não como um modelo anatômico preciso.


Agora, os pesquisadores se questionam se essa seria a vontade de Einstein – ter seus restos mortais vendidos a R$ 20 na internet. Segundo Jim Paglia, membro do conselho do futuro museu de Chicago, a comunidade científica sabe que o físico não queria ter seu corpo transformado em um "circo", mas ele também entendia e valor que seu cérebro tinha para fins de estudo – e essa, na opinião de Paglia, é uma forma respeitosa, que pode influenciar toda uma nova geração de neurocientistas.

A receita das vendas vai para o Museu Nacional de Saúde e Medicina, no estado de Maryland, e para o museu de satélites de Chicago, que deve abrir em 2015, com exposições interativas e coleções digitais.

Fonte de Informação - G1 Ciência e Saúde



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