quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Revista conta história do médico Kentaro Takaoka e da ventilação controlada no Brasil


A edição anterior da revista Ser Médico, do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), trouxe uma matéria interessante sobre o médico Kentaro Takaoka, que revolucionou a anestesiologia e a técnica de respiração controlada no Brasil.

Takaoka queria ser engenheiro, mas se formou em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1944, seguindo a tradição japonesa de que o filho primogênito deve herdar a profissão do pai. Ainda na faculdade, estudou no Senai, tornando-se torneiro mecânico em 1948.

Em meados de 1950, o anestesista sueco Olle Friberg veio ao país ministrar palestras sobre as novas técnicas da anestesiologia para cirurgias do tórax, com foco na respiração controlada. Depois disso, o Hospital Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro, foi o primeiro a implementar o método pelas mãos do médico Cabral de Almeida. Os índices de mortalidade nas cirurgias pulmonares que chegavam a 70% passaram para o patamar dos 3,3%. No entanto, o aparelho de respiração da época era pesado e utilizava peças importadas, o que tornava seu custo alto e impossibilitava sua popularização.

Um ano depois, Takaoka montou uma oficina no 9º andar do Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, onde realizava pesquisas em busca de um equipamento mais prático. Com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecológicas (IPT) da USP, ele conseguiu criar um pequeno aparelho de ventilação artificial controlada que usava peças mais leves e mais baratas.

Em 1952, o protótipo foi apresentado na reunião da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e, após quatro anos de testes em animais, passou a ser utilizado em humanos, em 1955.

O aparelho foi reconhecido mundialmente e foi fabricado em larga escala. Hoje, os ventiladores mecânicos são obrigatórios em todas as salas de cirurgia e UTIs.

Kentaro Takaoka chegou a criar outros equipamentos hospitalares, foi presidente do antigo Departamento de Anestesiologia da Associação Paulista de Medicina e também da Sociedade Brasilera de Anestesiologia. Em 2005, recebeu o troféu Finep Inventor Inovador direto das mãos do então presidente Luis Inácio Lula da Silva.

As informações são da revista Ser Médico, edição 59, de Abril-Junho/2012. Você pode ler a reportagem original AQUI. 

Fonte de Informação - IPmed

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre acontece que uma pessoa que não queria estudar algo termina sendo o inventor de algo que revoluciona o mundo.
Há um doutor que aportou muito ao campo de radiologia e diagnóstico por imagem e ele queria ser arquiteto.

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